A Igreja de Nossa Senhora da Candelária surgiu em cumprimento de uma promessa feita por Antônio Martins da Palma e sua esposa, Leonor Gonçalves. O casal de espanhóis foi surpreendido por uma tempestade durante uma viagem marítima e invocou pela Santa de sua devoção, Nossa Senhora da Candelária, prometendo erguer uma capela no primeiro porto que chegasse a salvo. A promessa foi cumprida e, aportando no Rio de Janeiro, ergueram a capela.
No dia 03 de junho de 1775, a Provedoria da Irmandade autorizou a construção de um grandioso templo em estilo barroco, a atual Igreja de Nossa Senhora da Candelária, no lugar da capela já deteriorada pela ação do tempo. Após 123 anos de construção, a Igreja foi inaugurada em 10 de julho de 1898.
Ao longo de mais de dois séculos, a Igreja passou por reformas e revitalizações, sempre preservando os aspectos arquitetônicos originais e a tradição religiosa. Hoje no templo, além das missas e celebrações religiosas, são realizadas apresentações culturais do Projeto Candelária.
A capela prometida a Nossa Senhora da Candelária estava situada na parte plana da cidade do Rio de Janeiro e, por isso, foi chamada de Igreja da Várzea. Não é possível precisar a data em que a capela foi erguida. Os historiadores divergem a respeito da data de construção da igrejinha, porém estimam que tenha ocorrido no período entre 1600 e 1630. A Igreja foi a terceira capela erguida na Várzea da cidade, em oposição à Igreja de São Sebastião, situada no morro do Castelo, sede da primeira freguesia ou paróquia da cidade (1576).
Com o crescimento da cidade, surgiu a ideia de dividir a paróquia de São Sebastião em duas freguesias. Em 1634, foi criada na Várzea a paróquia da Candelária, conservando-se a de São Sebastião, no morro do Castelo. Os fundadores da Igreja, Antônio Martins da Palma e sua esposa, Leonor Gonçalves, opuseram-se a divisão da freguesia de São Sebastião e por isso doaram a Igreja da Várzea à Santa Casa da Misericórdia no ano de 1639. Após anos de disputas judiciais a Igreja foi devolvida à Irmandade do Santíssimo Sacramento Candelária, em 1834.
Mapa do Rio de Janeiro em 1624, como aparece no Reys-boeck vau het rijcke BrasUien (…), ou Livro de Viagem pelo rico Brasil (…), impresso em Amsterdam, no mesmo ano. A legenda identifica pela letra G o pequeno santuário, dizendo que “é a igrejinha de Sta. Cathalina”, expressão que Dom Clemente da Silva Nigra interpretou como corruptela de Candelária. Gilberto Ferrez também reconheceu, na gravura, a primitiva Igreja da Candelária. (Coleção Biblioteca Nacional, S. L. R. 34-0-1.) Fonte: Machado, Arnaldo. Candelária: aspectos históricos, arquitetônicos e artísticos, Rio de Janeiro, Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária, 2017.
Após mais de um século de sua construção, a Igreja da Várzea atingiu estado ruinoso. Por isso, a Irmandade do Santíssimo Sacramento Candelária resolveu construir uma igreja maior no mesmo local. No dia 06 de junho de 1775, a primeira pedra do novo templo a ser construído foi abençoada. O encarregado de apresentar um projeto para o novo templo foi o engenheiro militar sargento-mor Francisco João do Roscio, que propôs o estilo barroco para a Igreja.
As obras prosseguiram até 1811, quando a Mesa Administrativa da Irmandade resolveu inaugurar a parte finalizada da Igreja, que chegava quase até aos arcos das capelas-fundas. A inauguração parcial ocorreu no dia 08 de setembro de 1811 e foi um marco para a cidade. A primeira missa da nova Igreja foi celebrada no altar-mor. Essa cerimônia contou com a participação do Príncipe Regente D. João e membros da Família Real.
Após a inauguração parcial, as obras de construção da Igreja prosseguiram, porém em ritmo lento devido à falta de recursos financeiros. Enfim, em 10 de julho de 1898 foi realizada a inauguração solene da Igreja com a sagração pelo Bispo do Rio de Janeiro, Dom Joaquim Arcoverde.